Essa ação de adiar decisões ou postergar atividades que precisam ser feitas, mesmo sabendo que essa demora pode gerar consequências negativas é denominada procrastinação. Muitos relacionam essa ação com preguiça, porém não é nada disso. O procrastinador sente desconforto psicológico e emoções negativas, como culpa e insatisfação e isso acontece por uma dificuldade de enfrentar tarefas desafiadoras, à busca por gratificação imediata ou ao medo de fracassar. Trata-se de um comportamento comum e prevalente que pode gerar prejuízos significativos na qualidade de vida dessa pessoa.
Na maioria dos casos a pessoa pode ter medo do fracasso; ser perfeccionista; ter falta de motivação; dificuldade de gerir o tempo; sentir fadiga mental ou física. A procrastinação é resultado de um fracasso autorregulatório: um fracasso na capacidade da pessoa em regular seus pensamentos, emoções e comportamentos.
Esse receio de não atingir as expectativas pode levar ao fracasso e a exigência por resultados perfeitos pode paralisar o início ou a continuidade de uma tarefa. Quando a tarefa não é vista como relevante ou interessante, a motivação diminui e as dificuldades em organizar as prioridades podem fazer com que tarefas importantes sejam deixadas para depois. Outro fator que contribui para a procrastinação é o cansaço, e pode reduzir a energia necessária para se concentrar e executar tarefas.
A preocupação é fonte de sofrimento e angústia significativos, e a procrastinação e o perfeccionismo relacionam-se a quanto uma pessoa se preocupa (independentemente de como ela se sente, ansiosa ou deprimida, sobre a sua preocupação). A preocupação do perfeccionista sobre erros e dúvidas pode ser responsável por esse adiamento das coisas e pode ter relação com a infância e inquietações ligadas a expectativas e críticas dos pais.
O medo do fracasso é bastante importante. A competência percebida pela pessoa é um importante moderador dessa associação. Desse modo, o procrastinador teme o fracasso, percebe não ter competência para lidar com isso sozinho e, então, evita a tarefa.
Para pensarmos a procrastinação destacamos a metacognição, ela contribui para a procrastinação independentemente das emoções negativas (ansiedade e depressão).
A metacognição é a capacidade que temos para pensar sobre os nossos pensamentos. Isso significa ter consciência sobre como aprendemos, resolvemos problemas e tomamos decisões. É um processo essencial para melhorar o aprendizado e desenvolver a autonomia cognitiva. Dentre as metacognições apontamos as crenças sobre confiança cognitiva e crenças positivas sobre preocupação: quanto mais uma pessoa confia nas próprias cognições e se preocupa com uma decisão, mais ela tende a procrastinar.
Existem diversas possibilidades para esse comportamento. Pode existir uma preocupação excessiva da pessoa com a própria capacidade de fazer as coisas corretamente; outras atrasam tarefas porque não querem ter de realizá-las; e ainda há aquelas que procrastinam porque não são organizadas e simplesmente não sabem por onde começar. Mudar um comportamento procrastinatório pode ser relativamente difícil porque fornece um conforto temporário em um mundo cheio de demandas, incertezas e responsabilidades.
Você se entende como um procrastinador?
Calma! Esse hábito difícil de mudar tem saída transformadora para o encontro de oportunidades de crescimento pessoal e profissional. Compreender os motivos que levam à procrastinação é um passo para enfrentá-la, adotando práticas que incentivem a ação e a organização.