Podemos entender a impulsividade como um traço de personalidade que, quando exacerbado, pode trazer consequências danosas tanto para o indivíduo, como para a sociedade. Algumas definições sobre impulsividade podem ser encontradas e incluem aspectos relacionados à dificuldade para avaliar uma situação de risco, tendência a responder rapidamente a um estímulo sem reflexão prévia e com comportamento intuitivo e espontâneo, dificuldade de manter a atenção por um tempo prolongado e de planejar ações, ausência de premeditação, tendência a realizar ações motoras rápidas com frequência ineficientes e incorretas, viver o momento/viver o presente, dificuldade para planejar o futuro, baixa socialização, notória impontualidade, estratégias de controle de ação pouco definidas, não pensar antes de falar, dificuldade em permanecer quieto, assumir riscos, dificuldade de concentração e interferência na capacidade para cumprir as demandas da vida cotidiana. Apresentamos aqui 4 fatores que nos norteiam para pensarmos a impulsividade: 1- Falta de concentração e de persistência – se refere à dificuldade para manter o foco em uma determinada tarefa ou atividade por um tempo prolongado sem se dispersar, assim como dar continuidade a algo que tenha iniciado. 2 – Controle cognitivo – diz respeito ao quanto o indivíduo procura refletir sobre suas ações, buscando avaliá-las antes de agir ou responder aos estímulos externos ou internos. 3 – Planejamento futuro – comprometimento da capacidade de planejar ações cujos efeitos não se restringem ao momento presente. 4 – Audácia e temeridade – dificuldade de avaliar situações que possam envolver algum risco, bem como refletem busca por sensações novas. Os quatro fatores mencionados acima são características da Impulsividade: * Tomada de decisão rápida – Agir antes de refletir sobre os prós e contras. * Dificuldade em adiar gratificações – Querer resultados imediatos sem planejar a longo prazo. * Reações emocionais intensas – Responder com raiva, alegria ou ansiedade sem filtrar as emoções. * Mudanças frequentes de foco – Começar muitas coisas e não terminar, porque outra ideia parece mais interessante. Observamos aqui que a definição para Impulsividade não é unifatorial, uma vez que compreende uma série de dimensões que, em conjunto, descrevem características independentes que interagem, resultando em comportamentos cujos efeitos podem ser positivos ou negativos para o indivíduo e os demais. O impulso muitas vezes pode ser positivo e essa resposta rápida pode trazer benefícios quando a situação exige uma ação rápida, porém na maioria das vezes essa falta de planejamento pode trazer consequências e resultados que afetam demais a vida da pessoa, já que ela não considera conscientemente as consequenciais do ato, e pode se envolver em comportamentos de risco gerando problemas emocionais e em várias esferas da vida. A Impulsividade pode ter muitas causas, mas as mais comuns são: Fatores neurológicos – O cérebro busca recompensas rápidas, dificultando o autocontrole. Ansiedade e estresse – Pessoas ansiosas podem agir impulsivamente para aliviar desconforto. Déficit de atenção (TDAH) – Um sintoma comum é a dificuldade em pensar antes de agir. Influências emocionais – Momentos de raiva, tristeza ou euforia podem levar a decisões precipitadas. A Impulsividade pode ter relação com o seu passado, com o seu presente e trazer muitos prejuízos para o futuro. Uma pessoa impulsiva não é aquela que por vezes age sem pensar, mas sim aquela em que a impulsividade é um padrão de comportamento. Procure a ajuda de um profissional e entenda melhor a sua necessidade de respostas rápidas e sem reflexão, descubra as suas repetições e elabore esses conflitos emocionais para que você tenha uma vida mais tranquila e com menos prejuízos.
Como superar a procrastinação?
Se você leu o nosso texto “Qual o meu tipo de procrastinação?” você já sabe qual a sua dificuldade para procrastinar. Não importa qual o seu tipo de procrastinação, todas possuem estratégias que podem te ajudar no dia a dia. Procure um psicólogo e entenda melhor o que te leva a adiar compromissos e atividades. Compreender melhor a sua história é um passo importante e fundamental para controlar esse hábito que causa tantos prejuízos. Aqui trazemos alternativas para ajudar na organização das suas tarefas de acordo com a sua procrastinação. Procrastinador Decisional: é aquele que adia constantemente a tomada de decisões, muitas vezes por medo de errar, insegurança ou excesso de análise. – Defina prazos para decisões: Não espere o “momento perfeito”; estabeleça um tempo limite para escolher. – Aceite que erros fazem parte do aprendizado: Nem toda decisão será perfeita, mas cada uma traz aprendizado. – Pratique a tomada de decisões menores: Comece com escolhas simples para ganhar confiança. – Não complique o processo: a maioria dos resultados vêm de pequenas decisões. – Use critérios objetivos: Liste prós e contras ou estabeleça critérios claros para orientar sua decisão. – Confie na sua intuição: Às vezes, sua primeira impressão já aponta um bom caminho. – Evite buscar aprovação constante: Decidir baseado no que os outros vão pensar pode aumentar a indecisão. – Busque apoio: Conversar com um amigo ou profissional pode ajudar a lidar com as decisões. Procrastinador Evitativo: adia tarefas porque teme a experiência associada a elas. Isso pode estar ligado ao medo do fracasso, da crítica ou até mesmo ao desconforto emocional que a atividade pode causar. – Quebre a tarefa em pequenas partes: Começar com pequenos passos reduz o medo. – Mude o foco do resultado para o processo: Concentre-se no aprendizado, não na perfeição. – Reflita sobre seus medos: Pergunte-se: “O que realmente pode dar errado?” e “Quais são as consequências reais?” – Pratique a autocompaixão: Aceite que errar faz parte do crescimento. – Use técnicas de produtividade: Trabalhar em blocos curtos de tempo ajudam a manter o foco. – Busque apoio: Conversar com um amigo ou profissional pode ajudar a lidar com o bloqueio emocional. Procrastinador Hedônico: adia tarefas importantes para buscar atividades mais prazerosas e imediatas. – Aplique a regra dos 5 minutos: Diga a si mesmo que fará a tarefa por apenas 5 minutos. Muitas vezes, o mais difícil é começar. – Use Técnicas como: Trabalhe por 25 minutos e descanse por 5, reduzindo a tentação de distrações. – Crie um ambiente livre de distrações: Desative notificações, bloqueie redes sociais e estabeleça horários para entretenimento. – Recompense-se de forma estratégica: Transforme o lazer em um prêmio após completar tarefas importantes. – Pratique a disciplina gradual: A força de vontade funciona como um músculo—quanto mais treinada, mais forte fica. – Reflita sobre os efeitos da procrastinação: Pergunte-se: “Se eu não fizer isso agora, como me sentirei depois?”. Converse sobre isso com um profissional. A divisão em tipos de procrastinação é apenas um orientador para que você se entenda melhor, mas não substitui uma avaliação psicológica ou uma psicoterapia. Agora que você já sabe um pouco mais sobre como você se estrutura comece aos poucos, mas crie estratégias que funcionem para você e tenha uma vida com mais tomada de decisões e menos procrastinação.
Qual o meu tipo de procrastinação?
Para saber sobre as causas da procrastinação leia o texto: Você adia decisões ou atividades? Então esse texto é para você! https://patriciaribeiropsicologa.com.br/voce-adia-decisoes-ou-atividades-entao-esse-texto-e-para-voce/ Nesse texto você encontrará os tipos de procrastinadores, pois a procrastinação pode trazer muitas consequências negativas para sua vida e para que você possa identificar pensamentos e sentimentos associados a procrastinação pode ser importante verificar qual tipo de procrastinação você se identifica mais. Eu trago três tipos principais de procrastinador: decisional; evitativo; e hedônico. Procrastinador Decisional: É aquele que adia constantemente a tomada de decisões, muitas vezes por medo de errar, insegurança ou excesso de análise. Esse tipo de procrastinação pode levar a perda de oportunidades, aumento da ansiedade e sensação de estagnação. O Decisional sempre questiona se está fazendo a escolha certa; sente que nunca tem dados suficientes para decidir; evita decidir para não se arrepender ou ser criticado; quer ter certeza antes de agir, o que leva à ausência de ação; delega decisões a terceiros ou espera que o tempo resolva. Essa maneira de agir em relação as decisões podem gerar estresse e ansiedade, pois o adiamento contínuo gera tensão mental. Oportunidades são perdidas já que a hesitação leva à perda de boas chances. A indecisão atrapalha o fluxo de trabalho e a realização de metas causando uma baixa produtividade. A sensação de incapacidade para decidir pode gerar frustração afetando a autoestima. A procrastinação decisional pode ser um grande obstáculo para o crescimento pessoal e profissional. O segredo está em desenvolver a confiança para tomar decisões com mais segurança e agir sem ficar preso ao medo do erro. Procrastinador Evitativo: A pessoa adia tarefas porque teme a experiência associada a elas. Isso pode estar ligado ao medo do fracasso, da crítica ou até mesmo ao desconforto emocional que a atividade pode causar. Em vez de enfrentar a situação, o procrastinador evitativo busca distrações para aliviar temporariamente a ansiedade. O procrastinador evitativo como o nome já diz, evita tarefas que parecem difíceis ou emocionalmente desconfortáveis; sente medo de falhar e, por isso, prefere não tentar; substitui tarefas importantes por atividades mais fáceis ou prazerosas. tem autocrítica excessiva, o que leva à paralisia da ação; usa desculpas como “vou esperar estar mais preparado” ou “não é o momento certo”. Essa evitação está relacionada ao desejo de fazer tudo de forma impecável levando ao medo de errar e, consequentemente, a ausência de ação. Acredita que não é capaz de executar a tarefa gerando insegurança. Os fracassos anteriores podem criar bloqueios emocionais e o medo do desconhecido ou da pressão pode fazer a pessoa adiar decisões e ações. Na Procrastinação Evitativa o adiamento contínuo gera mais preocupação, aumentando ansiedade. A pessoa se sente mal por não agir gerando culpa e frustração. É comum o acúmulo de tarefas, pois quanto mais evita, mais difícil fica concluir as atividades. Tudo isso tem um impacto na vida pessoal e profissional já que o medo de errar pode prejudicar as oportunidades de crescimento. A procrastinação evitativa pode ser desafiadora, mas, ao reconhecê-la e adotar estratégias para enfrentá-la, você pode recuperar o controle sobre suas ações e construir uma relação mais saudável com seus desafios. Procrastinador Hedônico: Acontece quando adiamos tarefas importantes para buscar atividades mais prazerosas e imediatas. Em vez de lidar com responsabilidades, optamos por entretenimento, redes sociais, comida, séries ou qualquer outra forma de gratificação instantânea. O Procrastinador Hedônico tem preferência por atividades mais divertidas e relaxantes no lugar de obrigações buscando por prazer imediato; se algo parece chato ou cansativo, é adiado indefinidamente já que tem dificuldade em lidar com tarefas difíceis ou tediosas; mesmo sem ter concluído as responsabilidades. Pode ter a sensação de “eu mereço um descanso”; usa redes sociais, TV, jogos, comida ou qualquer outra atividade para evitar tarefas desagradáveis; passa pelo ciclo da culpa, pois após procrastinar, sente-se mal, mas repete o padrão. Algumas causas podem ser apontadas para essa maneira de adiar compromissos: Dopamina e Recompensa Imediata: O cérebro busca prazer imediato e evita desconforto, tornando tarefas difíceis menos atraentes. Falta de motivação intrínseca: Quando a atividade não parece interessante ou relevante, fica mais difícil começar. Autocontrole reduzido: A dificuldade em resistir a tentações pode levar a adiamentos constantes. Excesso de cansaço ou estresse: O esgotamento pode aumentar a busca por prazer instantâneo como mecanismo de alívio. A procrastinação hedônica pode parecer inofensiva no momento, mas seus efeitos acumulados podem ser prejudiciais. O segredo para vencê-la está no equilíbrio entre disciplina e prazer, criando hábitos que favoreçam a ação sem renunciar a momentos de lazer. Você se identificou com alguma modalidade de procrastinação? Procure um psicólogo e explore sua história de vida, suas repetições e dificuldades, encontrando alternativas existenciais que lhe tragam menos prejuízos e aumente a sua satisfação pessoal.
Você adia decisões ou atividades? Então esse texto é para você!
Essa ação de adiar decisões ou postergar atividades que precisam ser feitas, mesmo sabendo que essa demora pode gerar consequências negativas é denominada procrastinação. Muitos relacionam essa ação com preguiça, porém não é nada disso. O procrastinador sente desconforto psicológico e emoções negativas, como culpa e insatisfação e isso acontece por uma dificuldade de enfrentar tarefas desafiadoras, à busca por gratificação imediata ou ao medo de fracassar. Trata-se de um comportamento comum e prevalente que pode gerar prejuízos significativos na qualidade de vida dessa pessoa. Na maioria dos casos a pessoa pode ter medo do fracasso; ser perfeccionista; ter falta de motivação; dificuldade de gerir o tempo; sentir fadiga mental ou física. A procrastinação é resultado de um fracasso autorregulatório: um fracasso na capacidade da pessoa em regular seus pensamentos, emoções e comportamentos. Esse receio de não atingir as expectativas pode levar ao fracasso e a exigência por resultados perfeitos pode paralisar o início ou a continuidade de uma tarefa. Quando a tarefa não é vista como relevante ou interessante, a motivação diminui e as dificuldades em organizar as prioridades podem fazer com que tarefas importantes sejam deixadas para depois. Outro fator que contribui para a procrastinação é o cansaço, e pode reduzir a energia necessária para se concentrar e executar tarefas. A preocupação é fonte de sofrimento e angústia significativos, e a procrastinação e o perfeccionismo relacionam-se a quanto uma pessoa se preocupa (independentemente de como ela se sente, ansiosa ou deprimida, sobre a sua preocupação). A preocupação do perfeccionista sobre erros e dúvidas pode ser responsável por esse adiamento das coisas e pode ter relação com a infância e inquietações ligadas a expectativas e críticas dos pais. O medo do fracasso é bastante importante. A competência percebida pela pessoa é um importante moderador dessa associação. Desse modo, o procrastinador teme o fracasso, percebe não ter competência para lidar com isso sozinho e, então, evita a tarefa. Para pensarmos a procrastinação destacamos a metacognição, ela contribui para a procrastinação independentemente das emoções negativas (ansiedade e depressão). A metacognição é a capacidade que temos para pensar sobre os nossos pensamentos. Isso significa ter consciência sobre como aprendemos, resolvemos problemas e tomamos decisões. É um processo essencial para melhorar o aprendizado e desenvolver a autonomia cognitiva. Dentre as metacognições apontamos as crenças sobre confiança cognitiva e crenças positivas sobre preocupação: quanto mais uma pessoa confia nas próprias cognições e se preocupa com uma decisão, mais ela tende a procrastinar. Existem diversas possibilidades para esse comportamento. Pode existir uma preocupação excessiva da pessoa com a própria capacidade de fazer as coisas corretamente; outras atrasam tarefas porque não querem ter de realizá-las; e ainda há aquelas que procrastinam porque não são organizadas e simplesmente não sabem por onde começar. Mudar um comportamento procrastinatório pode ser relativamente difícil porque fornece um conforto temporário em um mundo cheio de demandas, incertezas e responsabilidades. Você se entende como um procrastinador? Calma! Esse hábito difícil de mudar tem saída transformadora para o encontro de oportunidades de crescimento pessoal e profissional. Compreender os motivos que levam à procrastinação é um passo para enfrentá-la, adotando práticas que incentivem a ação e a organização.